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25/08/24: PRIMEIRO CLUBE DO LIVRO MUDHA

Há tempos, estávamos amadurecendo a ideia de agregar momentos de experiências físicas para nossas clientes. Momentos de conexão, conforto e bem-estar. Desde que a loja era "só" um plano em construção.

Há tempos, também, crescia minha vontade (Verônica) de retomar o hábito da leitura. Participei de um Clube do livro no final de 2023, mas, chegando 2024 e o projeto da loja ganhando forma, ficou inviável seguir frequentando. Mas eu queria continuar lendo, então, pensei na ideia do nosso Clube próprio. Tive medo de lançar a ideia e não ter quórum. Medo de não ter estrutura suficiente (banquinhos, etc) para receber as clientes da forma adequada. Mas eu precisava arriscar, então dei o primeiro passo.

Pra minha surpresa, tive o número de interessadas limite, que julguei adequado para o espaço da loja. Sem pensar muito, pra não desistir, criei um grupo no whatsapp e escolhi a primeira leitura. A biblioteca dos sonhos secretos: uma história sobre a magia dos livros e o poder de conectar pessoas. Conectar pessoas... nada mais propício para esse primeiro encontro, pensei.

Fiquei impressionada com a "coincidência" (ou não), logo na primeira personagem do livro. Eu já tinha lido a sinopse, claro, mas não falava detalhadamente sobre cada um. Tomoka, vendedora em uma loja de roupas femininas. Me interessei, pensando não vir mais coincidências pela frente, até chegar no segundo personagem. Ryo, contador em uma fábrica de móveis e apaixonado por antiquários, que fica encantado com a beleza de uma antiga colher de prata, que diz ter uma tulipa na ponta (no fim das contas, não era uma tulipa, mas isso é só detalhe). Uma tulipa. Essa flor que, de um ano pra cá, ficou bem marcada pra mim, através de uma cliente querida. Ela ama tulipas, porque lembra sua mãe. E ela viria no Clube... já estava lendo o livro, inclusive. Segui a leitura, cada vez mais interessada.

Dia 22 de agosto de 2024. Petiscos e algumas garrafas de vinho. Uma roda de pufs, banquinhos, tapetes e almofadas, e uma amiga de infância pra me ajudar a registrar alguns momentos dessa noite. Momentos físicos, de trocas "olho no olho". Oito mulheres com estilos de vida e profissões diferentes. Oito mulheres empáticas, sedentas por ouvir e por compartilhar, que vieram por algum motivo em comum, certamente.

Tive receio de não dar certo, de não ser legal... do grupo não se identificar e ficar aquele silêncio constrangedor. Que nada. O debate foi profundo, muito além do tema do livro. Esse, por sinal, foi uma grata surpresa. Opinão unânime é que, inicialmente, todo mundo ficou desconfiada. Uma autora oriental, algo que a maioria não está acostumada a ler. Nomes de personagens com pronúncias que fogem ao nosso hábito, bem diferentes do inglês que, em teoria, já é algo mais "normal" pra nós. Escolhido de forma "relativamente" aleatória, nos conectou de uma maneira que eu não imaginei. A cada história dos 5 personagens, alguém se identificava. Pra contextualizar quem não leu, os personagens são os seguintes, em momentos de vida completamente diferentes:

Tomoka, 24 anos, vendedora em uma loja de roupas femininas, descontente com sua atual posição.

Ryo, 35 anos, contador em uma fábrida de móveis, que sonha em abrir um antiquário.

Natsumi, 40 anos, editora de revista, que teve seu cargo alterado após a maternidade.

Hiroya, 30 anos, desempregado, que tinha o sonho de ser ilustrador.

Masao, 65 anos, aposentado, que vê seu círculo social mudar bruscamente após sair da empresa à qual dedicou sua vida.

A história se passa em Tókio e, todos eles, em algum momento, acabam visitando a biblioteca de um centro comunitário do seu distrito. Lá, conhecem a bibliotecária, Sayuri Komachi, que, além de indicar livros sobre os assuntos que os personagens buscam, inclui uma leitura inusitada no fim da lista, de tema diferente do solicitado. E mais, distribui um brinde feito à mão para cada um deles, o que desencadeia os pensamentos e movimentos em busca de “algo” na vida.

Muita conversa, muitas conclusões e, principalmente, reflexões: como, às vezes, esperamos “sinais” para fazermos algo, para mudar de rota, para nos movimentarmos. E, na maioria das vezes, esse “sinais” são coisas da nossa cabeça. Nos bloqueamos. Nos limitados. Pra tudo... até para sermos “nós”. Quem queremos agradar? Buscamos o que? Nos encaixar onde, e porquê. Flutuamos em assuntos diversos, desde profissão, medos e vulnerabilidades, até infância, maternar e relacionamentos. Tudo isso, fazendo um paralelo com o Clube. Com o porquê desse grupo específico de oito mulheres. Bem assim, como os personagens do livro. Tudo isso, olho no olho. Longe de telas. Uma rede social “física”, algo muito debatido, também.

A noite não poderia ter sido mais agradável. Eu fiquei realizada. É incrível o que um grupo de mulheres pode fazer. É incrível como as experiências de vida de cada uma acabam moldando seus pontos de vista, suas buscas e seus sonhos. Ouvimos, entendemos, concordamos e discordamos.

Começar a viver momentos como esse, foi um lindo passo que eu dei. Que nó demos, juntas. E que venha o segundo encontro!

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